Interessante conhecer a Antroposofia (ou Antroposofia) é uma linha de
pensamento criada pelo filósofo Rudolf Steiner (1861-1925), que
entende e estabelece uma espécie de “pedagogia do viver”, pois ela abrange
vários setores da vida humana como a saúde, a educação, a agronomia e outros. É
uma doutrina filosófica mística – uma “ciência espiritual”.
Esta linha de pensamento compreende que o ser humano tem que conhecer a
si para também conhecer o Universo, pois somos todos parte e participantes
desse mundo. “A vida passa depressa, é dinâmica e, entender
melhor esses momentos, poderá trazer certa conformidade e esperança”, diz Rudolf
Steiner. Tanto chineses quanto gregos foram os primeiros a observar que as
mudanças biológicas e espirituais ocorriam de sete em sete anos na vida das
pessoas, por isso “setênios”.
Dentro desse pensamento filosófico encontra-se uma forma cíclica de ver
a vida chamada “teoria dos setênios”. Tal teoria
foi elaborada a partir da observação dos ritmos da natureza, da natureza no
sentido da vida, na qual todos nós estamos imersos. Ela divide a vida em fases
de sete anos, vale lembrar que o número sete é um número místico dotado de
muito poder em quase todas as culturas conhecidas.
Nossa vida é dividida, basicamente em 10 fases principais,
sendo elas estabelecidas a cada 7 anos. A cada fase um novo ciclo é iniciado,
que envolvem mudanças e transformações em diversos aspectos. Isto é o que
concluíram os estudiosos dos setênios. Um estudo que se baseou na medicina
tradicional chinesa e na antroposofia (dos gregos) – na qual a medicina
antroposófica se baseia.
A Teoria Setênia propõe o seguinte:
Penso que se o indivíduo tiver “respeitado” o ritmo de cada setênio, ele
chegará no 10º (ou seja, com 70 anos), muito provavelmente com a consciência e
a sabedoria necessárias para viver com boa saúde e lucidez, além de amar sem
cobrar e ajudar sem perguntar.
O objetivo dos setênios, então, é de alertar as pessoas das fases
existentes para que saibam e percebam todas as mudanças que estão enfrentando e
as que estão por vir… assim aproveitem de modo mais saudável.
A vida passa depressa, é dinâmica e, entender melhor esses momentos,
poderá trazer certa conformidade e esperança. Um dos intuitos deste estudo é
fazer com que as pessoas fiquem atentas, que sejam vigilantes com elas mesmas e
que possam decidir sobre suas ações de modo a responder aos estímulos diários,
mantendo uma vida saudável mesmo em constante mudança.
Algo importante a se destacar é que, como cada um tem sua percepção de
mundo e enfrenta as dificuldades a seu modo (além de terem os mais diferentes
níveis de intuição, sensibilidade, empatia etc.), pode ocorrer de algumas
mudanças que estão situadas em setênios futuros, serem experienciadas, por
exemplo, antes de seu tempo, ou então depois do previsto pela teoria.
Até porque, cada ser amadurece de um modo único, exercita sua
afetividade à sua maneira e, por essa razão, pode haver essa transição de
experiências de um setênio a outro, todavia, costuma ser raro. Conheça como se
dividi a Teoria Setênia… os ciclos da vida:
1º setênio – O ninho. Interação entre o
individual (adormecido) e o hereditário – Dos 0 aos 7 anos de idade:
A fase da gestação, nascimento, nutrição e crescimento.
No 1º setênio há o encontro entre a parte espiritual da individualidade e a
parte biológica, preparada após a fecundação no ventre materno. A primeira
infância é uma fase de individuação, de construção do nosso corpo, já separado
do da nossa mãe, da nossa mente e da nossa personalidade. A hereditariedade
está bem-marcada nas células do corpo no 1º setênio, pela ação das forças
herdadas, e são armazenadas nos rins para a vida inteira – deixando assim a
marca na fisionomia do corpo do indivíduo.
“Olha! É a cara da mamãe ou do papai” ou “da vovó/vovô”,
são constatações que provam o que foi mencionado acima. Calor,
confiança e amor: Eis os três alimentos à criança. Quem cria tal atmosfera
para a criança são os pais. Se um dos pais está ausente, o esforço do outro
terá de compensar.
A pedagogia Waldorf, usada em algumas escolas tem como filosofia a
Antroposofia, entende que na primeira infância a criança tem que perceber os
aspectos positivos do mundo, para quererem estar aqui e cultivarem a felicidade
em longo prazo.
O primeiro setênio deve oportunizar o movimento livre, a corrida, as
brincadeiras, deve permitir que a criança teste e conheça seu corpo, seus
limites e suas percepções de mundo. Por isso o espaço físico é muito
importante, bem como o espaço do pensar e o do viver espiritual.
2º setênio – Sentido de si, autoridade do outro –
Dos 7 aos 14 anos:
O segundo setênio promove um profundo despertar do sentimento próprio.
A energia que emanava do polo superior, da cabeça, se dilui e se encontra no
meio do corpo. Começam a surgir os dentes permanentes e
inicia-se a evolução dos órgãos do sistema rítmico, aqueles contidos na caixa
torácica (coração e pulmão). Os órgãos desse setênio são o coração e os
pulmões, esses se desenvolvem promovendo a interiorização e exteriorização da
vivência.
É nesta fase que o mundo externo “chega” a nós e,
nós, a partir de dentro, podemos nos manifestar e expandir para o
mundo. É nesse ponto que a autoridade dos pais e professores assume um papel
importante, pois eles são mediadores do mundo no qual a criança se insere.
Esquematizando de forma gráfica esse movimento, temos forças entrando e forças
saindo. A característica deste setênio é a troca.
Nesse ciclo as normas e os hábitos estão sendo absorvidos, o
desenvolvimento sadio do ser humano está relacionado à dosagem, o equilíbrio e
a harmonia das relações de autoridade, valores, limites e permissões. É o
sentir que está sendo afetado, o desenvolvimento das emoções. Do interior para
o exterior e vice-versa.
As estórias infantis, contos de fadas, todo ato de brincar é
extremamente saudável pois a criança cria e molda sua participação no mundo.
Isso, para o desenvolvimento humano, é bastante mais saudável que situações em
que ela se faz apenas como expectadora, como no caso da televisão, ou de jogos
eletrônicos. A arte deve ser estimulada desde o primeiro ciclo, mas nesse
momento ela se faz muito mais importante, bem como a religião. Os mundos
artístico e religioso auxiliam no sentido de si e do mundo, fluindo a alma, que
busca a beleza e a fé.
3º setênio – Puberdade/ Adolescência – Crise de
Identidade – Dos 14 aos 21 anos:
O que todo adolescente busca?… liberdade! Eles não querem os pais,
irmãos mais velhos nem professores “pegando no pé”. O que rege esse ciclo é
o sentido de liberdade. No sentido corporal, as forças
que se acumulavam nos órgãos centrais se espalham e chegam aos membros e no
sistema metabólico.
O espaço dessa criança é o mundo, já não pode se resumir a família nem a
Escola. Ele precisa se reconhecer e ser reconhecido, aceito, achar a “sua turma”
para compor um grupo no qual se identifique.
A liberdade nesse ciclo atua como a vivência do “bom” no primeiro ciclo
e do “belo” no segundo ciclo. Ocorre que a liberdade só se dá num ambiente de
tensão entre as possibilidades, impossibilidades e desejos. A mulher começa a
menstruar e o homem se torna fértil. Essa tensão costuma gerar rompimentos, as
vezes esses rompimentos são violentos, mas são necessários e próprios desse
ciclo. Essa liberdade também tem um sentido de exposição. Tudo está voltado
para o externo, para fora, para o mundo. Há uma dificuldade em ouvir o outro e
entender suas posições, tudo deve seguir o seu sentimento de mudança, de
julgamento de certo e errado, de bom e ruim.
As trocas nesse ciclo são importantíssimas. O diálogo, a abertura ao
novo, a prática da compreensão, da solidariedade, assim como o seu
reconhecimento e o pertencimento. Os questionamentos são fruto desses choques.
É o momento de questionar a tudo e a todos.
Também é o momento do discernimento, das escolhas profissionais, do
vestibular, do primeiro emprego, pois a liberdade também só faz sentido quando
percebemos a vida econômica. O dinheiro então pode ganhar um sentido de poder
que talvez não seja saudável. É a partir desta idade que começamos a ter um
pensamento mais autônomo, ainda que, nesta época, acreditemos estar
amadurecidos para efetuar julgamentos.
A fase em que o ser humano sai do mundo mais paradisíaco e cósmico da
infância e entra no mundo terreno. Ele se torna cidadão terrestre,
coparticipante da cidadania, de seu lugar, sociedade, e do mundo.
4º setênio – O ‘EU” – A Independência e a Crise do
Talento – Dos 21 aos 28 anos:
A partir dos 21 anos nossa individualidade, nosso self, toma uma força
considerável na tentativa de estabilização. O “Eu” começa realmente
a se mostrar, mesmo ainda estando em formação. No entanto, para que esse “Eu”
apareça e se forme, mesmo sendo algo subjetivo e interno, ele depende do mundo
exterior, da sociedade.
O fim do crescimento corporal instaura o início de um processo de
crescimento mental e espiritual, somos então “cidadãos de dois mundos: o
celeste e o terrestre”. Músculos e ossos estão fortes, homem e mulher atingem o
ápice da fertilidade, além de ser a fase da alma, da sensação e da
emoção. Geralmente já não moramos mais com a família e já não
estamos mais na escola. É o momento da autoeducação, do emprego, do
desenvolvimento dos talentos, etc. Surgem dúvidas como: Escolhi a profissão
certa? Quais talentos e aptidões eu deixei para traz? Consegui uma boa relação
com o mundo, com o trabalho, com a família e comigo mesmo?
A história das pessoas começa a ser traçadas por elas mesmas, pois há
uma tomada de caminho que não depende mais, diretamente, das outras instituições.
É uma emancipação em todos os níveis, mas como resultado de toda a experiência
nos três primeiros setênios. Surpreendentemente, é também a fase em que mais
nos influenciamos pelos outros, pois a sociedade dirá o ritmo da vida de cada
um.
Nesse ciclo, os valores, aprendizados, e lições de vida passam a fazer
mais sentido. As energias estão mais pacificadas. Nosso lugar no mundo é
o principal objetivo. A colocação profissional assume um papel muito
importante.
5º setênio – Fase Organizacional e Crises
Existenciais – Dos 28 aos 35 anos:
Quem nunca ouviu falar na “crise dos 30”? Ela
não é um mero mito, ela existe e tem explicação. O 5º setênio começa com essas
crises na vida, o abalo da nossa identidade, a cobrança do sucesso que talvez
ainda não tenha atingido, a certeza de não podermos tudo, de onde vem a
frustração e tristeza.
A sensações de angústia e vazio são muito comuns. Em
algumas sociedades as pessoas nesse ciclo não encontram um lugar para si
e se veem entre a juventude e a velhice ou maturidade. O baço-pâncreas não sustenta mais a
carne, e o rosto começa a enrugar. As pessoas passam a não se conhecerem, pois,
seus gostos mudam – ou por si mesmos ou pela pressão dos outros.
Sentimo-nos impotentes nesta passagem da
juventude para a maturidade, de um viver mais impulsivo para um viver mais
sério, responsável, voltados para a família e para o trabalho.
Nesta fase vem a crise dos talentos:
Será que estou no caminho? Qual o caminho a escolher? Também há questões sobre
intelecto e índole próprios. Como: Consegui me expressar? Eu me sinto oprimido
ou oprimi alguém? Encontrei meu local de atuação? Ocorreu alguma modificação
importante em minha vida nessa fase?
Nesse ciclo os sentimentos nos levam também a uma busca espiritual maior, um “caminho da alma”. Estamos
suscetíveis ao cosmos, às oscilações e às
vezes a harmonia custa a acontecer. Somos cobrados por estrutura, firmeza,
estabilidade, uma base, um pilar, que seja material e que também sejam mental e
espiritual. A Antroposofia acredita que logo após o 31 ½ ano, que corresponde à
metade do 63º. ano de vida, estamos no final das atuações planetárias e
zodiacais. Depois dessa idade, ficamos mais livres.
Estamos realmente, nessa fase, em organização. Estamos
tendo crises, mas é por meio dessas crises que construímos novos pensamentos,
novos valores, terminamos relacionamentos e começamos outros, mudamos de
emprego, de ideologias, de partidos políticos, enfim… crises, desorganizações e reorganizações. É nesse ciclo
que passamos a pesar uma série de coisas, avaliar a trajetória da nossa vida,
esse não lugar nos força a perguntar “quem sou eu”. Há uma renovação a partir desse ciclo.
6º setênio – Crise de Autenticidade – Dos 35 aos 42
anos:
Esse setênio, embora tenha suas peculiaridades, está ainda ligado aos
setenio anterior, ruminando os resultados das crises. Reconhecemos também uma espécie
de crise nesse setênio, mas uma crise que busca uma
autenticidade, geradas pelas reflexões do
ciclo anterior. Temos, aqui, mais capacidade de julgamento, gozamos de
mais maturidade psíquica e emocional.
Em geral, já acumulamos alguns bens materiais ou ao menos conseguimos
uma renda que seja suficiente para as questões básicas de consumo. O desafio,
então, é encontrar valores espirituais e nos reconhecermos como seres únicos. A
pergunta é: como é que encontro o caminho para a essência do mundo e para a
minha própria essência?
Esse setênio configura a última fase do desenvolvimento da alma
propriamente dita, estamos propensos a adentrar mais profundamente no nosso mundo espiritual, na parte mais
sensível de nós. Buscamos a essência de tudo, no
outro e em nós. Isso passa a acontecer com mais força nesse setênio pois, aqui,
já há maturidade e aprendizado suficiente para esse
conhecimento. O fígado perde metade de suas funções e o cabelo começa a cair e
embranquecer.
A carreira, a família (ou não) os desejos, tudo já teve seu tempo. Já
alcançamos as conquistas que nos eram urgentes. Há um desaceleramento. É possível que esse ciclo traga
um descontentamento com o novo. Pode ser que o
sujeito questione se, chegando aos 40 anos, ainda há algo novo para se
fazer. Buscar coisas novas é um exercício importante para
esse ciclo. Em contraponto ao novo, há uma aceitação maior do
que se é, de como se é, das histórias e experiências de
vida.
Mudanças do ritmo do nosso corpo e da nossa mente, o que é algo
importante para alcançarmos frequências mais sutis de pensamento, onde estará
nosso corpo suprassensível. É a fase da alma da consciência. As perguntas são: Já
passou a metade da vida, o que farei daqui pra frente? Acrescentei novos
valores à minha vida? Estou encontrando minha missão de vida? Estou caminhando
nela? Encontrei e aceitei minha questão básica de vida.
7º setênio – Altruísmo X Quere manter a Fase
Expansiva – Dos 42 aos 49 anos:
É um ciclo que tem um “ar” de recomeço, de ressurreição, de alívio, até a crise
dos trinta perde a força e parece não ter tido resultados tão graves como se
pensava. É, porém, o momento de buscar,
desesperadamente, por algo novo, para que
a vida adquira sentido.
As mudanças nesse setênio são urgentes. Mesmo que nem todos estejam
preparados para elas. As questões existenciais retornam
com uma certa força, mas agora elas mais dinâmicas e menos melancólicas pois o
sujeito já se vê capaz de produzir essas mudanças. O lema é “como está, não dá
pra ficar”.
Essa dinâmica impulsiona a tomada de decisões que,
por vezes, ficou anos sendo gestadas dentro de si.
Pode ser a separação conjugal, a saída de uma empresa, ter um filho, etc. É uma
fase que corresponde, em termos energéticos, à fase que vai dos 14 aos 21 anos.
Ficamos saudosistas, queremos ir à Disney e reviver coisas
da nossa adolescência. Voltamos a desafiar nosso corpo e
fazer esporte. É uma fase solar.
O medo do envelhecimento surge. As questões internas
despertadas pelos ciclos anteriores perdem um pouco de espaço para a estética e
a necessidade de se fazer coisas que os jovens fazem. Os pulmões perdem mais
capacidade de oxigenar o sangue, o rosto se torna descolado, a andropausa e
menopausa geralmente chegam nesse setênio. As rugas e a menopausa são os
espinhos das mulheres nesse setênio. A sexualidade retoma uma importância
crucial. Contudo, a força que se perde com o declínio da sexualidade pode e
deve ser empregada em outros nichos.
Esse setênio traz o contraditório: queremos mudanças, estamos em busca do novo, mas o envelhecimento que é uma mudança natural nos assusta,
incomoda, gera ansiedade, muda nosso comportamento com relação a nós mesmos e
ao mundo. Assim, sucumbimos à força do “sósia”, ou seja, da sombra,
daquilo que está diretamente ligado aos aspectos pessoais não resolvidos, não
integrados.
Nos enxergamos nas sombras do outro e entramos em confronto. As relações
ficam à mercê das emoções distorcidas pelo que não vemos em nós, mas vemos
nitidamente nas pessoas. No entanto, o que acontece é um espelhamento. A nova
visão nessa etapa da vida questiona: Estou desenvolvendo alguma
criatividade nova? Em que área? Como está meu casamento? E meus
relacionamentos, a relação com meus filhos? Estou procurando ou já encontrei um
novo lazer para esta fase?
8º setênio – Ouvir o mundo – Dos 49 aos 56 anos:
Podemos reconhecer essa fase como sendo do “pai e da
mãe universal”. É a fase de desenvolvimento do
espírito. É um setênio tranquilo e positivo.
As forças energéticas voltam a estar concentradas na região central do corpo,
mas estão voltadas ao sentimento da ética, da moral, do bem-estar, questões
universais, humanísticas.
É a fase inspirativa ou moral, e com
isso, as perguntas: Consegui encontrar um novo ritmo de vida? Como está meu
ritmo anual, mensal, semanal e diário? Quais são os galhos secos de minha
árvore, os quais tenho de cortar para que os novos brotos possam aparecer?
É um momento em que estamos mais conscientes
do mundo e de nós mesmos. É um bom momento para reconhecer os méritos da nossa história, aceitando-a sem
julgamentos. Esse ciclo desperta em nós o existencialismo para observarmos mais de perto o
valor simbólico das coisas. Deixamos o pessoal, particular em busca do universal, do humanístico, do existencial.
A vitalidade declina, a energia dos rins e do fígado
está mais fraca e surge a incapacidade de eliminar mais toxinas.
Contudo, alguns podem incorrer na falha dos egocentrismos, pois um ciclo
depende do seu anterior. Assim, pode haver pessoas nesse setênio completamente
voltadas para si, suas necessidades e do seu grupo. O desapego é uma consequência da vida pregressa.
Em termos físicos, esta fase espelha fisiologicamente o setênio 7 a 14
anos, o elemento do ritmo tem de ser priorizado, especialmente na condução de
uma rotina. A vida nos ensina nesta época uma nova
audição, temos a possibilidade de ouvir a voz do coração para esta
renovação ético / moral que agora é propícia.
9º setênio –Abnegação e Sabedoria – Dos 56
aos 63 anos:
A Antroposofia acredita que o 56º ano de vida traz uma brusca mudança. Ela está na forma como a pessoas se relaciona consigo e com o mundo.
Como os ciclos se correspondem, esse se liga ao primeiro setênio,
aquele que vai do nascimento até os sete anos de vida. A audição, a visão, o
paladar das pessoas dessa fase se iguala e o mundo fica estranho.
Contudo, essa fase, por exemplo, evidencia uma volta para dentro
de si. O interno passa a fazer muito mais sentido que o externo. É
importante internalizar-se, desenvolver
os sentidos espirituais. A comunicação com o mundo externo
passa a ter ruídos, principalmente pelas mudanças que a sociedade sofreu nesse
período inteiro.
A reclusão passa a ser algo natural, boa para
a autorreflexão e a busca
pela essência. A sabedoria pelo
conhecimento acumulado e a intuição que
passa a ser mais clara, tornam-se elementos fundamentais dessas pessoas. Elas
são o contraponto do sentimento de fracasso e insucesso que, porventura, possa
aparecer, vindo dos questionamentos daquilo
que se alcançou ou deixou de alcançar.
É a etapa mística ou intuitiva: O que
eu consegui realizar? Como estou cuidando do corpo, da memória, dos órgãos dos
sentidos? Como estão meus bens e aposentadoria?
Os dentes começam a cair, a visão e a audição se tornam mais fracos, os
reflexos e a mobilidade passam a sofrer alterações em razão do declínio
energético dos órgãos sólidos (coração, baço-pâncreas, fígado e rins). Certos
cuidados se fazem muito importante, como a estimulação da memória, mudanças de
hábitos, recursos criativos. Isso porque a aposentadoria pode ser algo
limitador, especialmente para aqueles que durante toda a vida atribuíram muita
importância ao status profissional e agora temem não ter outra forma de
autorrealização.
Atividades muito bem-vindas nesse setênio são as acadêmicas – lecionando
ou fazendo novos cursos – escrever textos ou um livro, o laser em grupos de pessoas
na mesma fase da vida, viagens e outras formas que relacionem prazer e aprendizado. A aproximação da família ou a
construção de novas famílias também ajudam a dar novo sentido à vida, além do
prazer de se tornar avós… é bem comum neste período…
10º setênio – Em Diante – Sabedoria – Dos 63 aos 70
anos:
É importante pensar que essa teoria foi pensada em uma época em que a
expectativa de vida era muito baixa e as pessoas com 60 anos eram verdadeiros
anciãos. Logo é preciso também compreender que os ciclos são metafóricos e não
tem uma relação matemática exata.
É a “fase do mestre”. A criança pequena tem em volta de si
uma aura, uma luz, pois ainda não está totalmente encarnada. No 10º setênio,
essa aura está interiorizada e luminosa por dentro,
desde que a pessoa não esteja doente.
Se tiver respeitado o ritmo de cada fase, sua luz interior
brilhará. Idosos e crianças são
parecidos, pois são polos que se atraem. É o momento
de passar o “cedro” ou o “cajado” do conhecimento! É um novo escutar e, neste momento, a pessoa é
procurada a dar conselhos. As questões são: Tenho momentos bons, sentimento de
gratidão e alegria? Sou capaz de perdoar? Busca de sentidos e do Propósito
da vida!
Vivendo os setênios:
Como você vê, nossa vida é feita de uma forma cíclica. Nossa energia vital
circula pelas diversas fases da nossa vida. Nossa mente tem diferentes estágios
de aprendizado e nossa espiritualidade pode estar mais ou menos aberta também
conforme cada estágio. Agora que as fases dos setênios foram apresentadas, é
importante saber como aproveitar essa sabedoria.
Hoje talvez essa divisão seja um pouco diferente e, com certeza, faz
sentido pensar em mais um ou dois ciclos de sete anos, visto que estamos
vivendo cada dia mais, mas o aprendizado com a Antroposofia e a teoria dos
setênios é enorme. Metaforicamente ou não, poucas linhas de pensamento
conseguem dar pensar de forma sistêmica como essa. De forma que é impossível
pensarmos em algo tão complexo quanto a nossa vida de forma linear e homogênea.
É preciso que a pessoa seja sempre ela mesma, mas saber das mudanças da
vida e do corpo para pode tirar proveito de todas as fases. As condições
básicas para o bem-estar é sentir o seu corpo e agir de acordo com isso. O corpo tem sua própria sabedoria, então não o perturbe e não se
deixe levar apenas pela cabeça.
Compreender as fases ou ciclos da vida é importante para aprendermos
mais sobre nós mesmos e sobre o outro, adquirindo mais expertise no cuidado com
as pessoas, especialmente os coachees, que devem ser peritos no desenvolvimento
e aprendizagem humana. Saber sobre cada etapa nos possibilita saber mais sobre
as crises e lidar melhor com elas.
Há uma série de arquétipos que
podem ser observados nessas diversas fases, mas isso é assunto para um novo
artigo. Lembre-se sempre de se lembrar de nunca esquecer que o saber é o nosso
bem maior, cada leitura, cada livro, cada conhecimento acumulado é uma forma de
sermos melhores e mais capacitados, além de nos conhecermos mais a cada dia.
Gostou desse artigo? Deixe sua opinião abaixo e compartilhe o texto com
seus amigos!
Fonte: https://jrmcoaching.com.br/blog/a-teoria-dos-setenios-os-ciclos-da-vida/